segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

CUIDADOS BÁSICOS COM ANIMAIS DEFICIENTES

Nesta primeira parte da sério de posts que vou colocar no ar, quero esclarecer algumas coisas bem importantes para quem está com algum animais deficientes,
Primeiramente, leve seu animal ao veterinário. Isso é muito importante pois sem sabe como o animal esta realmente, fica impossível ajudar o animal. Se for atropelamento, pode haver lesão na coluna e isso dificulta o uso da cadeirinha de rodas logo no inicio.
Outra coisa que você deve saber é que os animais deficientes devem ficar em superficies lisas para evitar o maximo possível o contato com o chão, que pode provocar lesões.
Também uma parte muito importante é sempre lavar o bumbum d animail, de  preferencia todo dia, pra evitar assaduras, Aproveita e passe pomada cicatrizante.

sábado, 10 de agosto de 2019

Ronaldinho, a parte do sol que é vermelha

O ano de 2017 foi o que mais trouxe experiencias que marcariam a minha vida. E, quando falo da minha vida, eu obviamente estou incluindo a causa animal. Meu coração que havia sido griffinório até então, pendia para a sonserinês de forma tão forte e tão desconhecida, que eu levei dois anos para entender alguma coisa. Se antes o sol era a coisa mais bela para mim, acompanhado por quasares, estrelas-anãs, agora era ele próprio uma espécie de buraco negro. No natal de 2016 para 2017, eu tinha previsto uma coisa que contribuiria para o mal estar geral que já estava instalado. Ronaldinho, o cachorro deficiente mais velho, que estava conosco antes de Bob morrer, de Malu morrer, de Pandora morrer, de Belinha morrer e tantos outros que agora me falha a memória, estava muito velho e claro que eu sabia, sua morte era inevitável, questão de tempo e, para mim, questão de atenção. Eu sabia que ele estava doente ha tempos e sabia, por minha experiência, que ele já tinha vivido tudo que sua condição de animal deficiente permitia, e talvez até muito mais. Eu quando os visitava sempre notava que as pestanas dele, antes abundante e vermelha como o resto dele, agora era branca. Ele estava mais calmo, como a maioria dos idosos, mas havia uma coisa, que eu ouso dizer que era a coisa que ele mais amava, que era andar na rua, na cadeirinha de rodas que eu fiz e que consertei varias vezes; esta vontade e alegria de passear era a coisa mais bela que eu notava e pela qual eu agradecia sempre por ter feito pela primeira vez e pela ultima.
O natal chegou e eu fui lá pois sabia que Nice estaria lá sozinha, no feriado, provavelmente sem comer. Levei alguma comida mas para mim, eu tinha feito uma oração e pedido a Deus que levasse Ronaldinho antes de eu o ver pela última vez e me despedir. Não sou boa com despedidas. Mas quando cheguei, ele ainda não tinha ido embora. fui até seu canil. Ele não me recebeu com seus latidos insistentes e eu só reconheci meu velho amigo por balançar o rabo, pouco, mas balançava e seus olhos... seus olhos eram um ma de emoções que eu sabia bem identificar. Meu coração sentiu aquela mesma emoção de indignação e tristeza que eu sentia quase sempre quando um animal que sofre muito e demora de morrer me trás. Mas não era justo nem com ele nem comigo. Nós vivemos muitas alegrias e apesar de em 2016 eu ter sido relapsa, só eu sei como foi voltar ao que eu fazia e encontrá-lo exatamente alí, como sempre, me esperando. Perguntei a Nice onde estava a cadeirinha de rodas dele. Ela debruçou-se sobre o pequeno muro que divide as alas do canil e disse que ele não conseguiria andar nela. "Ele não consegue se levantar" foi a mensagem que chegou ao meu cérebro. Mas eu sabia, ele queria passear. E, afinal, para quê eu sirvo na Ama, se não para isso? Posso limpar canis, posso olhar a página da Ama, posso ir em eventos mas onde estava exatamente a minha essência na Ama? Os animais deficientes.Então, eu pedi a ela um cobertor. Se meu amigo queria passear, ele iria passear. O embrulhei como a um bebê, magérrimo e olhar triste. Parecia então haver entre nós uma simbiose de sentimentos: ele não queria ir embora e eu não queria que ele fosse.
Assim, embrulhado, eu saí com ele. O levei em vários lugares. O levei para ver os pés de boldos que ele gostava de pisar. Levei nas trilhas que ele gostava de fazer, abaixando para que ele tocasse as patas no chão, uma última vez. Quando por fim a tarefa estava difícil demais e eu senti que não conseguia mais, me sentei na esquina com ele no colo. Era dali que eu fiscalizava as corridas dele. O sol estava tão forte aquele dia. Então, o abracei e chorei, porque afinal, não há nada mais a se fazer, no final.  E o que eu disse a ele, eu nunca vou esquecer.
- Desculpa a humana que chora o fim do seu sofrimento. Gostaria de estar feliz e desejar que você nasça bem. Que tenha suas patinhas de volta. Que não precise de um humano para de colocar em cadeirinhas.
Ele só me olhou. era a hora do adeus.
- Não retorne, Ronaldinho, para este mundo mal. Seja um bom menino.
Quando eu me afastei da Ama por causa de uma série de problemas pessoais, um dia eu resolvi voltar. Naquele dia de agosto, como hoje, Ronaldinho estava bem e alegre e caminhando, me mostrou um monte de flores de boldo. Eu peguei um pedacinho do boldo e plantei, para lembrar do dia e de como ele era responsável por me trazer de volta.
Hoje, tanto tempo depois que ele se foi e que eu me despedi dele e que ele de fato morreu dois ou três dias depois do passeio. eu tive como escrever sobre ele. Não apenas porque as flores de boldo de agosto voltaram a florir mas porque outra coisa muito curiosa aconteceu ha uns meses.
Foi resgatado e abrigado pela Ama um animal deficiente chamado Zezinho; quando o vi pela primeira vez, eu não acreditava naquilo. O cachorro preto de alguma forma muito estranha se parecia demais com Ronaldinho. Ele chora igual, ele tem o mesmo temperamento e uma coisinha bem distinta, os olhos dele eram muito familiares. Pensei logo q eu tinha tanta saudade de Ronaldinho que estava vendo coisas onde não existiam. Zezinho então saiu pra passear comigo. Fez as mesmas coisas que Ronaldinho fazia e correu até o boldo e ficou de lá, sorrindo. E eu parada a certa distância, encontrando uma resposta racional para aquilo. Nenhum animal se comportou como outro nesses 15 anos de Ama. NENHUM. Nenhum cachorro me obedeceu nos passeios... além de Ronaldinho e de Zezinho. Existia uma gentileza alegre, capaz de parar suas corridas malucas apenas porque eu dizia: volte aqui! Claro que eu acredito em reencarnação mas não estou certa de como isso se dá com os animais. Além disso, era muito injusto Ronaldinho voltar para o mesmo lugar! Então, descartei a hipótese. Só que, onde eu achava que só eu percebia semelhanças, as pessoas que conheceram Ronaldinho e conheceram Zezinho, elas próprias começaram a apontar suas inegáveis semelhanças. Isso sem falar na idade de Zezinho, que bate com a morte de Ronaldinho, com suas diferenças entre concepção, nascimento e sabe-se lá Deus o quê ele sofreu mais para chegar até ali.
Agora, o que eu posso fazer, além de agradecer? Porque se não for Ronaldinho, de toda sorte Zezinho me faz tão bem... e eu quero fazer o mesmo por ele.
Eu não tenho certeza que eles são o mesmo. A certeza que eu tenho é que os animais são fontes perenes de amor e que eu não me surpreenderia se Ronaldinho tivesse voltado. Sendo ele ou não, o fato é que Zezinho é uma parte do Sol que ilumina a minha vida e que os animais que se tornaram os nasceram deficientes não devem ter suas vidas abreviadas porque nós achamos que eles estão mal. Todos os animais deficientes que apareceram na Ama foram e são amados e cuidados com tudo que possa ser oferecido a eles, principalmente, por Nice, que me dá lições de amor aos animais ha mais de 15 anos e é a responsável por todos esses momentos. Isso só aconteceu porque nasceu primeiro no coração dela. E por isso, Nice, eu lhe serei eternamente grata e faria como talvez Ronaldinho fez, voltaria para estar na Ama mil vezes.
P.S: Nice é a presidente da Ama, em Vitória da Conquista, na Bahia.

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Até logo, minha queridinha.


Ha mais de dez anos, Belinha entrou na AMA. Quando ela se foi,me deixou muitas lições, como sempre tinha acontecido enquanto vivia. Belinha era engraçada, um jeito de ser meio deprimido, meio ranzinza, mas com aquele doce olhar.
Foi com esse olhar meigo que ela acompanhou Malu, que aprontava e muito. Foi com esse olhar doce que ela viu Malu ir embora. Foi uma vida assim, de sofrimento amenizado pelo zelo que Nice tem com eles, pela comidinha que ela recebia, assim, entre tantos, ela tinha o zelo que Nice dispensa a todos.
Mas ela escolheu um dia diferente pra partir. Era meu aniversário. 02/06/2017. 30 anos meus, que eu recebi com o coração grato por todas as experiencias que vinham me acontecendo. Recebi o telefonema de feliz aniversário dessa minha querida amiga, Nice, e depois ela disse: Belinha não está muito bem, estou dando remédio.
Mas,como aconteceu com outros animais, eu pressenti que aquele era o dia que ela iria embora. Mais tarde, eu liguei e perguntei por ela. Ela tinha partido.
Então, sentei-me num banco, no pequeno quintal da casa onde moro, e olhando para as estrelas, em vez de tristeza e de questionamentos sobre a causa animal, apenas uma profunda gratidão invadiu meu peito.
Eu te agradeço, minha querida, pelas risadas que arrancou demim. Eu te agradeço por ter se aninhado em meu peito tantas vezes, querendo apenas um carinho. Eu te agradeço por ter aturado as presepadas de Malu. Eu te agradeço por ter me esperado. Eu te agradeço por ter caminhado comigo algumas muitas vezes... eu te agradeço pelo seu olhar meigo e sua doçura. Eu agradeço a Nice por ter cuidado de você por quase dez anos. Cuidar de um animal deficiente não é nada fácil. E eu te agradeço por ter passado o olho em Ronaldinho. Te agradeço por me mostrar que os animais também tem seu ritmo e que nem todos querem sair correndo e comendo capim ladeira acima e abaixo. Te agradeço por me ensinar a ser paciente... e apesar de você ter ido no dia do meu aniversário, quando eu estava iniciando novo ciclo e você terminando o seu, eu te agradeço ainda assim, por ter escolhido esse dia para ir, pois me mostrou que sim,a vida continua.Novos cães deficientes surgirão, novos e velhos corações esperando...
Hoje seu canil não estava vazio. Ele estava cheio de você. Cheio de coisas pra fazer, como sempre. E eu te juro que não houveram lágrimas tristes.
Então até logo, minha queridinha.

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Malu

Bom dia pra quem não perde a esperança de dias melhores.
Essa cachorrinha foi acolhida, estava nas ruas, arrastando, tinha sido atropelada. ela ainda não tinha um nome, mas já tinha um lugar no coração.
Fui procurada pra fazer sua cadeirinha e quando fui preencher a ficha, perguntei o nome.
- Ela ainda não tem um nome.
Pensei um pouco e disse:
- Pode ser Malu?
- Pode!

Então, essa é a Malu, em homenagem à nossa querida Malu!
Viva Malu, sempre viva em nossos corações.
Não abandone animais deficientes, sempre existe opção pra quem tem boa vontade e bom coração!

sábado, 16 de novembro de 2013

O dia em que Malu foi para não voltar

Maluzinha foi embora, no dia 18 de setembro de 2013. Eis o texto da página da Ama no Facebook.

Sim. Hoje, apesar do belo dia de sol, foi um dia triste.
Egoisticamente triste. Triste para nós, para a causa animal da sofrida Ama, tão conhecida e desconhecida ao mesmo tempo. A nossa mascote, tão simpatica quanto levada, deixou-nos.

E é triste, sim. Sei que muitos corações já choraram a notícia, mas nada foi mais triste que ver Belinha e Branca, as "companheiras" de canil de Malu, sozinhas, olhando através das grades, como a perguntarem: "E a pestinha da Malu, que horas volta?"
...
Malu não volta.
Sei que muita gente passou a reparar nos animais deficientes depois que viu Malu a primeira vez. Malu é para nunca esquecer, Malu é para reviver todos os dias nos corações das formiguinhas anônimas, que depositam comida e agua nas ruas, para os "cães de ninguém", para as formiguinhas que fazem, não esperam.

Malu é para renascer em nossos corações, todos os dias, pois era uma guerreira, uma gracinha, uma "pestinha", um amor. A simpatia em pessoa.

Hoje é um dia triste e estranhamente faz uma bela noite lá fora... Os protetores e amigos da causa animal chamam os peludinhos de estrelinha quando morrem.
O céu está tão lindo hoje. Hoje é o dia em que Maluzinha teve de volta os movimentos de suas patinhas. E ela deve estar feliz, deve estar bem, contente, apenas lamentando porque nós estamos chorando sua liberdade.

Perdoe-nos, Malu! Os seres humanos amam diferente! Amamos de forma torta... Mas amamos.
Para você, tão querida, tão amada Malu, o nosso sincero obrigada pelos mais de 5 anos de convivencia e estripulias.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Gatinha na cadeira de rodas

Essa cadeirinha de rodas era de um Pincher, mas ele morreu e nós a usamos agora nos gatos deficientes que temos. É uma opção. Tem empresas sérias na internet que fazem essas cadeirinhas. Uma delas é a Vetcar. Não recebo nada por divulgá-la, mas espero que os animais saiam sempre beneficiados. A cadeirinha de PVC, nós nunca testamos em gatos.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Um ano sem Bob


Ontem eu estava a caminho de casa, em Eunápolis, vindo de Vitória da Conquista, onde estou morando por conta do trabalho. Da janela do ônibus eu observava a natureza tão linda e tão castigada, onde era mata agora é pasto... e assim segue a humanidade. Mas no fim do dia, ainda da janela do ônibus (sim, a viagem é longa) - o por do sol foi a coisa mais linda de se ver. O firmamento esbanjava beleza, os tons azuis iam mesclando-se com o amarelo meio rosado e eu tive que convir: Deve existir mesmo um Deus, olhando por nós todos, inclusos os animais. E eu me peguei pensando que hoje faria um ano que Bob se fora, para esta viagem chamada morte, para onde todos nós vamos um dia.
Onde você estará, meu querido, eu bem que gostaria de saber, mas a vida é assim, o que a gente deseja quase sempre está fora do alcance, Mas eu estou sempre com sua presença em minhas memórias. Chegar na Ama era tudo, te ver era o máximo, seu carinho por mim me comovia até as lágrimas. E hoje tudo se foi. Mas graças a você, muitos animais ganharam cadeirinhas de rodas. Foi você a pedra inicial disso, eu vejo você em todos os animais para os quais entrego cadeirinhas de rodas.
Meu amigo, você foi um presente maravilhoso, eu te agradeço por todos os nossos momentos, até pela mordida que você me deu uma vez. Tudo valeu a pena, todos os sofrimentos... agora sei que você descansa em paz, a paz que todos os animais merecem. A paz que todos vocês deveriam conhecer em vida. Tenho certeza que tudo valeu a pena. E que um dia essa tristeza será menor. Um dia! Não hoje. Mas hoje, ao invés de me perguntar por que os animais sofrem, eu quero só te desejar do fundo do meu coração: esteja BEM. Muito bem.
Com saudades, sua namorada!